PEDRO CUNHA
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Pedras no sapato
Data
2020-2024
Técnica
Caneta preta sobre papel de embrulho
Este trabalho forma, de modo fragmentado, uma paisagem rochosa e árida. Na sua simples abordagem é precisamente isso. Uma paisagem formada por pequenas nuvens de linhas e pontos; pedras atrás de pedras, todas iguais que se completa de forma infinita.
É uma paisagem de “lugares desertos e sem água, onde o pensamento chega aos seus confins” (Camus, 1948, pag. 20). Despreocupado com o resultado final, o trabalho desenrola-se de forma automática, vagarosa, repetitiva e sonolenta e “chega aos confins do pensamento” e nesses confins não há paisagens, nem pedras, nem objectos ou acepções concretas. Existe a limitação da razão, a descoberta do absurdo e uma permanência inútil na repetição desse eco infinito e indecifrável.
Este é o lugar onde o absurdo toma conta da própria palavra, da própria acção repetitiva, infinita e inútil.